Durante as últimas semanas as conquistas do ISIS por todo o norte do
Iraque têm sido compreensivas. Tomando controle de largas partes da
região, eles declararam no mês passado um Califado,
e um dos grupos que têm sofrido de modo especial a sua violência têm
sido, como sempre, os Cristãos (que já vivem nessas áreas há quase
2,000 anos).
Seguindo-se à consolidação do poder na região por parte do ISIS, estas comunidades ancestrais têm sofrido um tratamento brutal. No que pode ser considerado como perseguição e discriminação ao mais alto nível, o ISIS tem atacado os Cristãos de Mosul manchando as suas casas com a letra N, marcando-os como Nasarah, Cristãos.
Num esforço concertado e deliberado tendo em vista a limpeza étnica, o ISIS "ofereceu" aos Cristãos três escolhas: converter ao islão, pagar o imposto jizya . . . ou abandonar as suas casas. Quem quer que se recusasse a pagar ou a se converter ao islão, era ameaçado de morte.
Seguindo-se à consolidação do poder na região por parte do ISIS, estas comunidades ancestrais têm sofrido um tratamento brutal. No que pode ser considerado como perseguição e discriminação ao mais alto nível, o ISIS tem atacado os Cristãos de Mosul manchando as suas casas com a letra N, marcando-os como Nasarah, Cristãos.
Num esforço concertado e deliberado tendo em vista a limpeza étnica, o ISIS "ofereceu" aos Cristãos três escolhas: converter ao islão, pagar o imposto jizya . . . ou abandonar as suas casas. Quem quer que se recusasse a pagar ou a se converter ao islão, era ameaçado de morte.
Nestas circunstâncias, e temendo o
pior, a área de Mosul - que até bem pouco era casa de milhares de
Cristãos - tem sido esvaziada desta comunidade antiga.
Roubados das suas possessões, até medicamentos, muitos foram forçados a
andar 70 quilômetros até atingir um local seguro - eventualmente
dirigindo-se para Dohuk na região Curda do país. As 15 famílias Cristãs
que escolheram ficar em Mosul fizeram-no convertendo-se ao islão como
forma de reter as suas possessões, mas as casas daqueles que
abandonaram a cidade foram confiscadas como propriedade do
recém-formado "Estado Islãmico".
Este êxodo forçado acabou com a significante presença Cristã em Mosul que antecede em vários séculos a
vinda do islão. Numa região que tem testemunhado a ascenção e a queda
de muitos poderes políticos, as políticas do ISIS debilitam a longa co-existência de maometanos e não-maometanos na região.
Em Mosul, os militantes do ISIS
começaram a profanar a cidade, representando de forma bem gráfica a sua
interpretaçâo extrema e minimalista do islão. As suas acções não se têm
focado exclusivamente nos edifícios Cristãos, visto que o antigo túmulo do Profeta Jonas (um ponto de referência importante na cidade de Mosul, venerado por Cristãos, Judeus e maometanos) foi arrasado e muitas mesquitas e templos Xiitas foram também destruídos.
Nos seus esforços em favor da "pureza islâmica", os militantes do ISIS têm atacado de modo particular os edificios Cristãos. A sede diocesana dos Católicos Sírios em Mosul foi incendiada - ela que já existia desde o século 19. Todas as cruzes de 22 igrejas de Mosul form removidas e as igrejas foram convertidas em mesquitas ou destruídas.
Morte duma comunidade antiga
Com as comunidades Cristãs a
estenderem-se para fora de Mosul e através das planícies de Nineve, o
ISIS alargou o seu foco para as zonas circundantes. Os militantes tomaram posse do antigo Mosteiro Mar Behnam,
alegadamente fundado no local onde os irmãos Sassânidas Behnam e Sara
foram martirizados durante o 4º século, que, até a chegada do ISIS, era
casa dos monges Católicos Sírios.
Estes mesmos monges foram expulsos de
lá, e foi-lhes negado o acesso ao mosteiro como forma de levar qualquer
relíquia sagrada que ainda lá se encontrasse. Isto faz com que se tema
que os items históricos, juntamente com as colecções manuscritas que lá
se encontram, sejam destruídos. Há também a probabilidade de que o
mosteiro, com partes que datam do século 13 e que faz parte dos poucos
edifícios Iraquianos que sobreviveram ao período Mongol Ilkhanato, seja
profanado e destruído.
Os Cristãos já vivem no Iraque
virtualmente desde que a sua religião foi fundada - havendo começado a
estabelecer-se na região por volta do século 2 e sendo entre as
primeiras testemunhas da fé Cristã. As suas igrejas e os seus mosteiros
têm sido parte integral do panorama há séculos, produzindo alguns dos
mais sofisticados exemplos de arquitectura. Estas comunidades viveram
em acordo relativo com os seus vizinhos maometanos através dos séculos,
cada comunidade contribuindo para a cultura da outra.
Depois da ofensiva Aliada de 2003, os
Cristãos do Iraque começaram a sofrer muitas atrocidades, a mais
notável entre elas o massacre do dia 31 de Outubro de 2010 na Igreja
Nossa Senhora da Salvação, em Karrada - Bagdad. Agora, os Cristãos, que contribuíram das mais variadas formas para a cultura e para a economia do Iraque, não estão dentro do que o ISIS qualifica de aceitável.
A sua perseguição levanta a
possibilidade real de que esta comunidade antiga seja eliminada da sua
pátria no Iraque. Para além disso, isto marca o final da noção do
"diálogo civilizado", um pilar que já dura deste o período Abássida
onde os maometanos e os não-maometanos viveram lado a lado. Não deixa
de ser um paradoxo que o ISIS, que tenta emular o Califado de tempos
idos, adopte tácticas que só podem ser descritas de brutais e dignas de
bárbaros rudes.
Fonte: http://bit.ly/1nW4d4R
* * * * * * *
As "tácticas brutais e dignas de
bárbaros rudes" seguem o exemplo do fundador da fé islânica, visto que
tudo aquilo que o ISIS está a fazer no Iraque está em perfeito acordo
com a sunnah, o Alcorão e as sirats
de Maomé.
A noção de que o ISIS está a "perverter" o "verdadeiro islão"
segue na mesma linha de pensamento que, contrariando a própria história
descrita nos textos islâmicos tidos como autoritários, propõe que o
islão é uma "religião pacífica" e que só uma "pequena minoria de extremistas" é que a pervertem.
Uma geração má e adúltera pede um sinal, e nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do profeta Jonas. E, deixando-os, retirou-Se.
Mateus 16:4
Mateus 16:4
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