MITOS ISLÂMICOS

sexta-feira, 28 de março de 2014

Khalid, a Espada de Alá

Por Raymond Ibrahim

A primeira vez que ouvi falar de Khalid bin al-Walid - o jihadista maometano do século 7 afectuosamente conhecido na história islâmica como "A Espada de Alá" - aconteceu quando eu estava na faculdade fazendo pesquisas para a minha tese em torno da Batalha de Yarmuk, onde os maometanos, sob a liderança de Khalid, derrotaram os Bizantinos (636) abrindo caminho para as históricas conquistas islâmicas.

Uma década e meia depois, Khalid, o jihadista por excelência, veio a tornar-se numa dicotomia para mim - a forma como a jihad é entendida no Ocidente, e o que ela realmente é: oficialmente, o mundo académico Ocidental, bem como os média e os políticos, caracterizam a jihad como uma guerra defensiva levada a cabo para proteger a honra islâmica; na realidade, a jihad frequentemente é pouco mais que uma palavra usada para justificar as paixões mais primitivas e bárbaras dos potenciais recrutas e dos practicantes.

Tendo como base as fontes na lingua inglesa que pesquisei, Khalid foi um jihadista heróico e frontal - feroz mas razoável, firme mas justo. Ele foi o campeão das Guerras da Apostasia, onde ele chacinou inumeráveis Árabes por tentarem abandonar o islão após a morte de Maomé. Os maometanos modernos que escrevem sobre Khalid - por exemplo, o militar paquistanês A.I Akram e o seu livro The Sword of Allah - não têm mais nada a não ser louvor para ele, o flagelo dos infiéis e dos apóstatas.

Mas à medida que os anos foram passando, vim a saber de fontes mais arcaicas em Arábico que contam a história do "lado sombrio" da Espada - um lado depravado e sádico.

Por exemplo, recentemente deparei-me com um video dum Salafi Egípcio moderno explicando a forma como Khalid violou Layla, a esposa de Malik bin Nuwayra - mas só depois de ter cortado a sua cabeça, a ter queimado, e ter cozinhado o seu jantar sobre ela. Khalid foi convocado e questionado pelo califa - mas não por ter morto e ter jantado sobre a cabeça do apóstata, para além de ter "casado" com a sua esposa, mas sim porque algumas pessoas acreditavam que Malik ainda era um maometano, e não um apóstata para ser tratado como tal, e que Khalid o havia morto sob acusação de apostasia apenas como pretexto para tomar posse da sua esposa cuja beleza era conhecida.

Nas palavras do autoritário registo histórico de Ibn Kathir, "The Beginning and the End" (al-bidaya we al-nihaya), E ele [Khalid] ordenou a sua [de Malik] cabeça e combinou-a com duas pedras e cozinhou um pote sobre ela. E Khalid comeu dela nessa noite como forma de aterrorizar as tribos Árabes apóstatas e os outros. E diz-se que o cabelo de Malik criou uma tal chama que a carne foi cozinhada por completo.

Mais reveladora é a forma como uma gravação feita a um clérigo Egípcio reconta toda a narrativa com reverência e admiração - vangloriando, por exemplo, a forma como Khalid entrou na tenda do califa para ser questionado e como ele ainda tinha "a sua armadura coberta e enferrujada com sangue [dos seus inimigos], com setas ainda visíveis no seu turbante.

E quanto a refeição quase-canibal que a Espada de Alá ingeriu, o clérigo queixou-se que "As pessoas questionam como foi possível que o nosso senhor Khalid pudesse ter comido tal carne? Ele comeu-a, sim senhor! O nosso senhor Khalid tinha uma personalidade forte, um apetite voraz e tudo o mais. Tudo isto para aterrorizar Árabes do deserto [apóstatas]. O assunto exigia determinação, estes assuntos exigem força - terrorismo.

Claro que isto tudo estava de acordo com os inúmeros mandamentos do Alcorão que ordenam os maometanos a "infundir terror" nos corações dos descrentes, quer eles tenham nascido infiéis ou se tenham tornado apóstatas (ver Alcorão 3:151, 8:12, 8:60).

Avancemos agora para a era moderna da "Primavera Árabe" e para o apoio americano dado aos "guerreiros da liberdade" que tentam dar "liberdade" à Síria (pelo menos esta é a narrativa oficial entre os Ocidentais).

Pensemos um bocado na sua verdadeira natureza - desde um jihadista (ironicamente chamado Khalid) a morder o coração dum soldado (e desde logo, a infundir o terror nos corações dos apoiantes do regime "apóstata" de Assad) para os clérigos maometanos a justificarem a violação e a prostituição como formar de gratificar as muitas espadas de Alá.

E por fim, convém não esquecer que o batimento cardíaco da jihad - sexo, violência e depredação - não mudou quase nada durante quase 14 séculos..

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