MITOS ISLÂMICOS

segunda-feira, 9 de março de 2015

Os livres-pensadores do islão

Por Ali Sina

Actualmente, os países islâmicos são os países mais atrasados do mundo. Se não fosse o petróleo existente nos seus países, estes países seriam também os pobres. Mas apesar disto, os muçulmanos continuam a salientar nomes sonantes da assim-chamada "idade dourada" do islão. Eles citam nomes sonantes tais como Zakaria Razi, Abu Ali Sina, Ibn Rushd, etc que contribuíram imenso para a ciência e para o conhecimento humano, e depois fazem a pergunta clichê: "Se o islão estivesse errado, será que estes grandes homens não teriam reparado?" e "Será que o facto destes grandes homens terem sido muçulmanos não é prova suficiente da veracidade do islão?"

A realidade dos factos é que, embora estes homens tenham nascido dentro do islão, eles não eram muçulmanos. Por exemplo, Zakariya ar Razi (865-925) foi provavelmente o maior livre-pensador de todo o mundo islâmico, para além de ter sido um dos maiores médicos da História. Razi escreveu 200 livros em tormo duma variedade de assuntos, para além de ser o autor da monumental enciclpédia al Hawi, na qual ele trabalhou durante 15 anos.

Ar Razi era um empirista que em vez de seguir os procedimentos padrões da época, registou de forma cuidada o progresso dos seus pacientes, bem como os efeitos do tratamento neles. Ele escreveu um das mais antigos tratados em torno das doenças infecciosas -  varíola e sarampo.

Quase todas as obras filosóficas de Ar Razi foram destruídas. O seu ponto de vista em relação à religião no geral, o islão em particular, valeu-lhe a condenação pública por blasfémia. Só fracções e pedaços da sua refutação à religião revelada restaram, encontrando-se presentes numa refutação ao seu livro feito por autor Ismaili. disto, torna-se claro que a maior mente da idade de ouro do islâmica não tinha uma opinião simpática em relação ao islão. Eis aqui os seus pensamentos audazes em relação à religião:

Por natureza, todos os homens são iguais e igualmente dotados com a faculdade da razão que não pode ser colocada de lado em favor da fé cega; a razão permite que os homens consigam entender as verdades científicas duma forma imediata. Os profetas - esses bodes barbudos, como Ar Razi desdenhosamente os descreve - não podem alegar para si qualquer superioridade intelectual ou espiritual. 

Estes bodes barbudos fingem chegar até nós com uma mensagem de Deus, ao mesmo tempo que se esgotam em propagar as suas mentiras, e a impor sobre as massas uma obediência cega às "palavras do mestre." Os milagres dos profetas são imposturas, baseadas na trapaça, ou então as histórias em relação a estes milagres são mentiras.

A falsidade do que todos os profetas dizem é evidente através do facto deles se contradizerem uns aos outros: um afirma o que o outro nega, no entanto cada um alega ser o único depositário da verdade; logo, o Novo Testamento contradiz o Torá, o Alcorão contradiz o Novo Testamento.

Quanto ao Alcorão, ele nada mais é que uma mistura variada de "fábulas absurdas e inconsistentes", que foi ridiculamente qualificado de inimitável, quando, na verdade, a sua língua, o estilo e a sua tão-apregoada "eloquência" encontram-se muito longe de serem sem falhas.

O hábito, a tradição e a preguiça intelectual levaram os homens a seguir os seus líderes religiosos cegamente. As religiões têm sido a causa única das guerras sangrentas que foram levadas a cabo pela humanidade [ed: Falso]. As religiões têm sido resolutamente hostis à especulação filosófica e à pesquisa científica [ed: Excepto a religião Cristã]. As assim-chamadas escrituras não têm valor algum e têm feito mais mal que bem, enquanto que os escritos de Platão, Aristóteles, Euclídes e Hipócrates têm feito um serviço maior para a humanidade.”

As pessoas que se reunem em redor dos líderes religiosos ou são de mentes fracas ou são mulheres e adolescentes. A religião sufoca a  verdade e fomenta a inimizade. Se um livro constitui nele mesmo uma demonstração de que é revelação genuína, então os tratados de geometria, medicina e lógica justificam muito mais essa alegação do que o Alcorão..

Abu Ali Sina

O grande luminar que se segue, proveniente do mundo islâmico, é Abu Ali Sina, conhecido no Ocidente como Avicena. A sua "maior contribuição para a ciência médica foi o seu famoso livro com o nome de al-Qanun, conhecido no Ocidente como 'O Cânone'. O Qanun fi al-Tibbé uma imensa enciclopédia de medicina estendendo-se para além do milhão de palavras.

O mesmo pesquisou todo o conhecimento médico disponível a partir de fontes antigas e muçulmanas. Devido a esta abordagem sistemática, à sua perfeição formal, bem como ao seu valor intrínseco, o Qanun suplantou o Hawi de Razi, o Maliki de Ali Ibn Abbas, e até as obras de Galeno, permanecendo supremo durante seis séculos." (1) Este livro foi ensinado aos estudantes de Medicina da Universidade de Bolonha até ao século 17.

A filosofia de Avicena baseava-se nunca combinação de Aristotelismo e Neoplatonismo. Ao contrário do pensamento islâmico ortodoxo, Avicena negava a imortalidade pessoal, o interesse de Deus na vida das pessoas, e a criação do mundo no tempo. Devido a estes pontos de vista, Avicena tornou-se no alvo principal dum ataque a tal filosofia por parte do filósofo al-Ghazali, chegando até a ser chamado de apóstata. ( 2

Al-Ma'arri

Segue Al-Ma'arri, (973-1057), o maior poeta Sírio. Ele referiu-se à religião como "ervas daninhas nocivas" e qualificou-a de "fábulas inventadas pelos antigos", sem valor algum excepto para a exploração das massas crédulas. O desprezo de Ma’arri  pela religião, incluindo o islão, é óbvio pelos versos que se seguem:

Não pensem que as declarações dos profetas são verdadeiras. Os homens viveram confortavelmente até que eles vieram e estragaram a vida. Os "livros sagrados" nada mais são que um conjunto de contos ociosos que qualquer era poderia produzir, e de facto produziram.  -- Al-Ma'arri, poet, 973-1057 

Noutro sítio ele diz:

“Hanifs ( Muslims) are stumbling, Christians all astray
Jews wildered, Magians far on error's way.
We mortals are composed of two great schools
Enlightened knaves or else religious fools.” 

E em relação aos profetas ele disse:

The Prophets, too, among us come to teach,
Are one with those who from the pulpit preach;
They pray, and slay, and pass away, and yet
Our ills are as the pebbles on the beach.
Mohammed or Messiah! Hear thou me,
The truth entire nor here nor there can be;
How should our God who made the sun and the moon
Give all his light to One, I cannot see.

Omar Khayyam

Outra grande mente do mundo islâmico é Omar Khayyam, que foi um dos maiores matemáticos, astrónomos e poetas do Irão, e que cujas Ruba’iyat (quadras) se encontram traduzidas para a maior parte das línguas do mundo,  havendo já recebido reconhecimento universal por parte de todos. Khayyam era um filósofo epicurista, desdenhoso da religião no geral, do islão em particular. Edward Fitzgerald resume da seguinte forma a natureza encantadora de Omar e da sua filosofia:

A audácia de pensamento e de discurso Epicurista de Omar causou a que ele fosse olhado de forma desconfiada nos seus dias e no seu país. Diz-se que ele era especialmente odiado e temido pelos Sufitas, cujas prácticas ele ridicularizava e que cuja fé somada era pouco mais que a sua, depois de parcelas do Misticismo e do reconhecimento formal do islão por trás do qual Omar não se esconderia.

Khayyam não acreditava em nenhum outro mundo para além deste. Ele estava mais preocupado em desfrutar os prazeres simples da vida do que se deixar confundir com o desconhecido. Ele era um agnóstico por excelência "preferindo acalmar a alma através dos sentidos em aquiescência com as coisas tal  como ele as via, do que ficar perplexo com uma inquietude vaidosa segundo o que elas poderiam ser.”

Eis aqui alguns exemplos das quadras traduzidas por Fitzgerald:

Some for the Glories of This World; and some
Sigh for the Prophet’s Paradise to come;
Ah, take the Cash, and let the Credit go
Nor heed the rumble of a distant Drum!
Why, all the Saints and Sages who discuss’d
Of the Two Worlds so learnedly, are thrust
Like foolish Prophets forth; their Words to Scorn
Are scatter’d, and their Mouths are stopt with Dust.
Dreaming when Dawn’s Left Hand was in the Sky
I heard a Voice within the Tavern cry:
‘Awake, my Little ones, and fill the Cup
Before Life’s Liquor in its Cup be dry.’

Ibn Rushd

A grande mente que se segue, e outra por quem os muçulmanos se gabam, é Ibn Rushd. 

Ibn Rushd foi um importante filósofo e cientista, conhecido no Ocidente como Averroes. Ele viveu entre 1126 e 1198 na Andaluzia e em Marraquexe. A sua influência no pensamento Europeu é normalmente esquecido tanto pelos Árabes como pelos Europeus, mas durante os séculos 13 e 14, o Averroismo era tão influente como o Marxismo o foi no século 19. Ibn Rushd trabalhou como um mediador entre o mundo Árabe o o mundo Ocidental ao comentar e interpretar os filósofos Gregos tais como Aristóteles e platão, tornando-os acessíveis à cultura Árabe. Em muitas das suas obras, ele tentou mediar entre a filosofia e religião. Os líderes religiosos nem sempre louvaram as suas obras e ele foi condenado por heresia pela ortodoxia Cristã, Judaica e islâmica, e viu as suas obras a serem frequentemente banidas e queimadas.” (3)

Ibn Rushd foi chamado para o Marraquexe como forma de trabalhar como médico para o Califa local, mas durante o o período em que ele se encontrava por lá, Ibn Rushd deixou de estar nas boas graças do Califa devido à oposição que os teólogos [muçulmanos] haviam levantado contra os seus escritos. Ele foi acusado de heresia, interrogado e banido para Lucena, perto de Córdova. Ao mesmo tempo, o Califa ordenou que os livros do filósofo fossem queimados, exceptuando as suas obras de medicina, aritmética e astronomia elementar.

As obras de Ibn Rushd despertaram admiração na Europa, mesmo junto dos teólogos que olhavam para os seus escritos como uma ameaça à sua fé religiosa. No século 13, Ibn Rushd foi condenado pelos bispos de Paris, Oxford e Canterbury por motivos semelhantes aos que causaram a que ele fosse condenado pela ortodoxia islâmica na Espanha.

Abu Yaqub, o Califa de Marrocos, chamou-o para a sua capital e nomeou-o como médico no lugar de Ibn Tufail. O seu filho Yaqub al-Mansur manteve-o por mais algum tempo mas os pontos de vista religiosos e filosóficos de Ibn Rushd atraíram a ira do Califa. Com a excepção dos seus livros estritamente científicos, todas as suas obras foram queimadas e ele foi banido para Lucena. No entanto, devido à intervenção de vários académicos de nome, ele foi perdoado passados que estavam quatro anos, e foi chamado para Marrocos; mas ele morreu mais para o final desse mesmo ano.

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Obviamente que estes homens sobre cujos ombros se encontra a glória da idade dourada do islão, não eram muçulmanos e eram mesmo críticas dessa religião. No entanto, os muçulmanos que os perseguiram enquanto eles estavam vivos não se sentem envergonhados de listá-los como membros da sua fé agora que eles estão mortos e não se podem defender. Agora, estes apologistas islâmicos gabam-se destes luminares e tentam desta forma obter aceitabilidade e credibilidade. "Será que todas estas mentes brilhantes estavam erradas?" é o que ele insistem em dizer.

(...)

1 comentário:

  1. Que grande, grande, grande, site! Estamos a divulgar e continuaremos a fazê-lo n'0 «Amigo de Israel».

    Que Deus vos guarde, sempre!

    José de Jesus

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