MITOS ISLÂMICOS

sábado, 8 de setembro de 2012

Paquistão: Muçulmano tenta incriminar rapariga Cristã

Rapariga Cristã acusada de blasfémia pode ter sido incriminada por um clérigo maometano. A polícia paquistanesa prendeu o clérigo há alguns dias atrás, acusando-o de adulterar as evidências que supostamente mostravam que ela havia profanado o Alcorão.

O clérigo, Khalid Chishti, foi preso depois de outro clérigo da mesma mesquita ter-se dirigido à policia com alegações de ter visto Chishti a acrescentar páginas queimadas do Alcorão às evidências que foram entregues à polícia.

Segundo a polícia, Hafiz Mohammad Zubair, o outro clérigo, afirmou ter tentado impedir que Chishti adulterasse as evidências, mas este insistiu que esta era a melhor forma de se verem livres dos Cristãos daquela área.

Este novo desenvolvimento no caso que havia já atraído a condenação internacional vai acrescentar ainda mais pressão sobre as autoridades paquistanesas de modo a que estas absolvam a rapariga Cristã - que ainda se encontra na prisão e que pode ser condenada a prisão perpétua.

Esta revelação é também um argumento que os grupos que tentam repelir ou modificar as leis contra a blasfémia - afirmando que as mesmas são usadas para perseguir as minorias ou resolver conflitos pessoais - podem usar no seu combate. Peter Jacob, líder dum grupo activista Cristão que disponibiliza apoio legal às minorias paquistanesas, afirmou:

[Este incidente] É um alívio uma vez agora todos sabem que houve vitimização da menor. Este tipo de abuso já acontece há cerca de 25 anos e com este caso, nós podemos ver que existem lacunas nas leis da blasfémia que precisam de ser removidas de modo a que estes abusos não ocorram. Se a lei não pode ser repelida, o estado pode ao menos criar zonas de protecção usando este incidente como exemplo.

Numa entrevista dada alguns dias antes, Khalid Chishti confessou ter falado - num dos seus sermões - em expulsar os Cristãos daquela localidade.

Chaudry Asghar, um vendedor local, disse ao "The Monitor" que, há alguns meses atrás, os anciões e os clérigos religiosos haviam formado um comité determinado em encontrar formas de expulsar os Cristãos da área supostamente porque estes se haviam tornado num "distúrbio" durante as rezas islâmicas. Asghar disse:

Eles [os Cristãos] tocavam músicas durante o chamamento para as rezas, e os clérigos, juntamente com os anciãos, já os tinham avisado disso, mas eles não nos escutaram.

Hina Jilani, advogada pelos direitos humanos, disse que teme que os grupos religiosos [isto é, os maometanos] se unam em apoio ao clérigo; como tal, diz Hina, o governo tem que impedir que isso aconteça focando-se nos méritos legais e técnicos do caso.

O relatório médico revelou que ela é menor e mentalmente incapaz. Ele nunca deveria ter sido presa.

Hina Jilani disse ainda que as notícias de tensões já existentes entre os muçulmanos e os Cristãos são genuínas, e que o governo se deveria limitar a libertar a menina.

Ressalvando que o caso da menina não deve ser politizado, Hina Jilani disse no entanto que o padrão da perseguição das minorias em todo o país historicamente tem sido ligado a disputas locais em torno de coisas como propriedades e inimizades pessoais. No entanto, acrescenta Jilani, o uso destas leis da blasfémia tornou-se numa forma de "purificar a sociedade."

A perseguição de Cristãos no Paquistão têm aumentado com os anos. Actualmente restam menos de 2% em todo o país, mas os extremistas ainda se sentem ameaçados por eles?

Segundo Jilani, existem leis que lidam com pessoas ou grupos que incitam a violência comunitária, mas a aplicação de tais leis são fracas.

O governo tem que parar de ter medo destes lobbies religiosos e exercer a sua autoridade de modo a parar com a actividade de tais elementos que provocam ódio entre as diferentes comunidades paquistanesas.

O clérigo que foi apresentado ao tribunal há alguns dias atrás, foi entregue à policia durante 14 dias, e se se confirmar que ele adulterou as evidências, a mesma lei da blasfémia que ele visava usar contra a rapariga Cristã pode ser usada contra ele.



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