MITOS ISLÂMICOS

sexta-feira, 9 de março de 2012

Esposa ciumenta ao serviço da Al-Qaeda pode ter entregue Bin Laden a EUA

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Osama Bin Laden, senil e afastado da Al-Qaeda, foi entregue aos norte-americanos por uma das suas primeiras esposas, que sentia ciúmes de uma rival mais jovem na casa em que viviam, segundo a tese elaborada por um general paquistanês que realizou uma longa investigação.

Dez meses depois, a incursão de um comando de elite norte-americano que matou o chefe da Al-Qaeda no seu tranquilo refúgio na cidade paquistanesa de Abbottabad continua um mistério que alimenta inúmeras teorias, inclusivamente esta, a da traição por ciúmes.

Shaukat Qadir, um general de brigada reformado, investigou o episódio durante oito meses, utilizando as suas relações com a cúpula das Forças Armadas, o que lhe permitiu visitar a casa onde Bin Laden viveu e falar com os agentes que interrogaram as esposas do terrorista, presas depois da operação.

Segundo Qadir, Bin Laden foi vítima de um complot da Al-Qaeda, que utilizou uma das suas mulheres para colocar os norte-americanos no seu rasto.

De acordo com Qadir, Bin Laden começou em 2001 a sofrer com uma deficiência mental, que progressivamente levou o seu «braço direito», o egípcio Ayman Al Zawahiri, a decidir eliminá-lo.

Depois de vários anos de fuga no noroeste paquistanês, a Al-Qaeda decidiu escondê-lo em Abbottabad, onde mandou construir quase uma mansão.

Bin Laden estabeleceu-se nessa casa em 2005 com duas das suas esposas, Amal e Seehan, e vários dos seus filhos. O grupo incluía Khalid, filho adulto fruto da relação com Seehan e que, como os guarda-costas paquistaneses do seu pai, tinha esposas e filhos.

No entanto, as coisas mudaram em 2011 quando chegou à casa outra esposa de Bin Laden, Jairia, saudita como Seehan e com quem o líder da Al Qaeda se tinha casado no final dos anos 1980 e a quem não via desde 2001.

Refugiada (e vigiada) numa casa no Irão até ao fim de 2010, Jairia passou, segundo o general Qadir, vários meses num campo da Al-Qaeda no Afeganistão antes de chegar a Abbottabad em março de 2011, menos de dois meses antes do ataque norte-americano.

Qadir não tem dúvidas de que foi Jairia quem traiu Bin Laden.

«É o que Amal também acha e disse aos investigadores», explicou.

Ao chegar à casa, Jairia, já conhecida pelos seus ciúmes doentios, instalou-se no primeiro andar e logo levantou suspeitas, em particular por parte de Khalid.

Mencionando um depoimento de Amal aos seus interrogadores, Qadir relatou que «Khalid não parava de perguntar a Jairia por que tinha ido para Abbottabad e o que queria com Bin Laden».

«Tenho que fazer uma última coisa pelo meu marido», terá ela respondido.

Sempre de acordo com o general Qadir, «Khalid, preocupado, levou ao conhecimento do seu pai os receios de uma traição», mas Bin Laden, ter-se-á limitado a comentar: «O que tiver de acontecer acontecerá».

De acordo com Amal, «Bin Laden tentou convencer as suas outras duas mulheres a deixar a casa e fugir, mas estas quiseram ficar com ele», contou Qadir.

Para o general, a Al-Qaeda e Al-Zawahiri guiaram Jairia para que orientasse os norte-americanos a chegar à casa em Abbottabad. A intercepão, por parte dos norte-americanos, de uma comunicação telefónica de Jairia contribuiu para convencê-los de que Bin Laden se encontrava efectivamente naquela casa.

O governo de Washington descartou qualquer complot e assegurou ter chegado até Bin Laden pelos seus próprios meios, enquanto o exército do Paquistão insiste que ignorava a presença do terrorista em Abbottabad.

Segundo Qadir, o exército paquistanês também descobriu a presença de Bin Laden, mas já muito tardiamente, no final de Abril, e foi surpreendido pelo ataque norte-americano.

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